segunda-feira, 10 de junho de 2013

Arraias de água doce estão entre animais mais perigosos da Amazônia


Com cobras e escorpiões, elas lideram acidentes com bichos venenosos. 
Conheça esses animais e saiba o que fazer em caso de ataque.
Iberê Thenório
Do Globo Amazônia, em São Paulo

Bonitas e pouco conhecidas, as arraias de água doce, comuns na Amazônia, figuram entre os animais venenosos que mais causam acidentes na região oeste do Pará. Segundo o Instituto Butantã, elas lideram o ranking de picadas junto com jararacas e escorpiões – animais perigosos já bem conhecidos em outras regiões brasileiras. 

“A arraia tem um ferrão serrilhado na cauda, que entra fácil [na pele] e sai rasgando, machuca bastante. O ferrão é coberto por um muco, com um veneno muito dolorido. Além do veneno, há o problema da sujeira da água, que pode causar infecção. São três problemas diferentes”, explica o biólogo Giuseppe Puorto, diretor do museu biológico do Instituto Butantã. Segundo o pesquisador, os acidentes são sazonais e ocorrem na época seca, pois as arraias costumam viver na areia, no fundo dos rios. 


Arraia-de-fogo 

Vive no fundo dos rios e tem um ferrão serrilhado e pontudo no rabo. 

A ferroada causa um corte profundo, com sangramento, dor, inchaço e infecção. Pode haver apodrecimento da pele. 

Se alguém for ferido, o ideal é lavar o local da picada com água morna, para diminuir a dor. Deve-se procurar um posto de saúde para fazer um curativo e verificar a necessidade de uso de remédios para diminuir a dor e a infecção. 

Para evitar acidentes, é necessário caminhar com cuidado na água, arrastando os pés. Ao descer de barcos, é bom cutucar o fundo do rio com um pau, para espantar o peixe




Escorpião Preto

Pode chegar a 9 cm e tem um ferrão na ponta da cauda. 

A picada é dolorida, mas sintomas como formigamento e sensação de choque elétrico se espalham pelo corpo. O coração dispara e pode haver dificuldade para andar. 

Caso alguém seja picado, deve-se lavar o local com água e sabão. Deve-se manter a pessoa tranquila e levá-la para um hospital rapidamente, para ver se há necessidade de tomar soro. 

Para afugentar o bicho, deve-se evitar o acúmulo de mato ou lixo em volta de casa. Também não se deve colocar as mãos ou pés em buracos, montes de lenha ou troncos podres.


Jararaca 
Tem 1,5 m e é encontrada em várzeas, terra firme e às vezes até dentro das casas. 

A picada causa dor e inchaço, além de manchas roxas e bolhas. Pode haver infecção e apodrecimento da pele no local da picada. 

Em caso de acidente, é necessário lavar bem o local atingido com água e sabão. A pessoa deve ficar calma, com braços ou pernas levantados. A vítima deve ser levada a um pronto-socorro ou hospital para tomar soro antiofídico. 

O melhor jeito de evitar acidentes é andar calçado e evitar de colocar a mão em locais em que a cobra pode viver, como buracos, capinzais, pedras ou montes de madeira. Para afastá-las de perto de casa, deve-se evitar lixo e ratos.


  A FAUNA EXÓTICA DA AMAZÔNIIA


                                                   O Urubu Rei


Sarcoramphus vem da junção dos termos gregos sárx, "carne" e rámphos, "bico" , significando, portanto, "bico de carne". É uma referência aos apêndices que revestem parte de seu bico.
"Urubu" vem do tupi uru'bu . "Urubutinga" vem do termo tupi para "urubu branco.
O maior e mais colorido de todos os urubus recebe este nome por vários motivos: pela exuberante coloração, presente principalmente na cabeça e pelo seu forte bico, que lhe proporciona ser o único urubu a conseguir a abrir as partes mais difíceis de seu alimento, como a carcaça de um animal grande, , sendo capaz de rasgar o couro de um boi ou de um cavalo e até mesmo de um bacalhau. Como é um urubu sociável, frequenta carniça com outros urubus . Quando ele abre uma carcaça, é seguido por outras aves necrófagas, que se aproveitam da carcaça já aberta para se alimentarem. Quando ele não encontra a carniça, espera que outros urubus achem-na, para, então, se alimentar. Essas espécies que o acompanham na alimentação se afastam, devido ao tamanho superior do urubu-rei, dando a ele o aspecto de ser o "rei" entre elas. Essas espécies nunca disputam alimento com ele, esperando respeitosamente que ele se satisfaça para, então, comerem o que sobra.






Descobertas duas espécies de arraias 




Arraias têm proporções corporais únicas e tamanho da cauda




reduzido.


Pesquisadores dizem que há pouco conhecimento científico sobre animais.


Pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, descobriram duas novas espécies de arraias na amazônia equatoriana. Os animais são tão distintos de outros já conhecidos que foram agrupados em novo gênero, nível de classificação mais abrangente que a espécie.
Pertencentes ao novo gênero Heliotrygon, as espécies de arraia Heliotrygon gomesi eHeliotrygon rosai apresentaram características particulares, como a proporção única do disco corporal, com formato convexo na região do focinho, por exemplo.
As espécies também se diferenciam pelo tamanho reduzido da cauda e por suas cores. Enquanto a Heliotrygon gomesi tem o corpo acinzentado e o dorso marrom, a Heliotrygon rosaitem o dorso marrom e a barriga branca.
Segundo os pesquisadores, essas espécies "incomuns" de arraias evidenciam o pouco conhecimento científico sobre a família a que pertencem. Geralmente, cada espécie de arraia de rio é nativa de uma única bacia hidrográfica. A Amazônia tem elevada biodiversidade do animal.

Poraquê, o peixe-elétrico que mata jacarés com choques de 500 volts



“Aquele que põe para dormir”. Esse é o significado do nome do peixe amazônicoporaquê (Electrophorus electricus). Mas não se engane! Isso não tem nada a ver com canções de ninar. O poraquê é temido pelos ribeirinhos e é capaz de derrubar um cavalo. Mas como isso acontece? Se prepare, porque a resposta é “eletrizante”!
O poraquê possui células modificadas capazes de gerar eletricidade, os eletrócitos. Quando ameaçado, produz uma descarga elétrica que pode chegar a 500 volts, o suficiente para matar um homem adulto.  Ochoque é terrível: os músculos se contraem de forma tão intensa que é impossível controlar os movimentos. Os órgãos internos são danificados, o coração entra em colapso e finalmente para de bater. Essa habilidade lhe rendeu outro nome: peixe-elétrico.



Peixe-elétrico (como o poraquê do Brasil) é uma denominação comum dado às espécies de peixe, quer de água doce, quer deágua salgada, de gêneros diversos, dotados de células especiais em região específica do corpo (parte médio-posterior, até acauda), capazes de gerar diferenças de potencial elétrico e suscetíveis de, por associação em série, desenvolver capacidade de descarga externa total apreciável, a variar de poucas dezenas a muitas centenas de volts, em correntes também variáveis de fração de um a alguns ampères, os valores destas correntes a dependerem da resistência elétrica do receptor (presa aquática ou ameaça potencial ou ser humano em encontro eventual).


As descargas produzidas prestam-se tanto à subsistência alimentar, sendo utilizadas para atordoar as presas das quais o animal se alimenta (geralmente peixes menores), quando à autodefesa do animal em razão de perigo iminente.

A fauna acreana é uma das mais ricas do mundo. Um exemplo disso é esse puraquê, de quase dois metros, que foi abatido em um açude próximo de Rio Branco. O animal, que vive em lagos e igarapés, é conhecido pelas descargas eletrícas que, segundo muitos, é capaz de matar até uma pessoa.
A eletricidade produzida por esses peixes tem a função de orientá-los e promover sua interação social. Eles utilizam o campo elétrico para construir uma rede de comunicação. O macho estabelece sua dominação de acordo com a intensidade da descarga elétrica que libera, o que também atrai a fêmea para a cópula. Para depositar os ovos, ela recebe um estímulo elétrico dos machos que auxilia na produção de hormônios.